sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Melancolia ( II )

Melancolia ( II )


Melancolia. A melancolia se espalha como uma bruma,
E na sua face fátua ela me espelha como uma imagem,
Vendo eu mesmo nela refletido penso ser uma miragem,
Desenho feito da brancura alva das molhadas espumas.

Mas não. Aquela imagem é a verdadeira que me pinta,
Com as cores cinzentas da realidade, e pois, nenhuma,
Nenhuma aquarela será capaz, com pincel que se apruma,
Mudar a cor de quem morreu, quem tem alma extinta.

Melancolia, elixir que bebo e me embriago, e, em suma,
Que traduz-me a vida em poucas linhas de expressão.
Traduz meu paradeiro que para o nada sempre ruma.

Melancolia, que me dá as cores, desde a concepção.
Infeliz no ventre materno. Eu, sem salvação alguma,
Andando  sempre à beira do precipício da destruição.

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