terça-feira, 27 de setembro de 2011

Morreu, Recomeçou

Morreu, Recomeçou
Pela ocasião da morte de meu tio avô Adahil Erthal

Morreu. Partiu, deixou a doce prisão carnal,
Que nos aprisiona desde a concepção no ventre,
Materno, no tempo depois do antes, no entre,
Tempo antes do depois; até o tempo final.

Morreu, deixou pessoas com tristeza na fronte,
Deixou memórias, retratos, coisas sem preço,
Mas deixar coisas e pessoas, também é recomeço,
Então se morreu, recomeçou, Deus saberá onde.

Morrer não será portanto, nada além do que,
Um recomeço inegável, irrecusável e absoluto,
Para quem morreu e para quem guardou o luto.

Morreu meu tio, e guardo doces lembranças de você,
E recebo a notícia com uma estranha calma,
Porque sei que Deus haverá de guardar-lhe a alma.


2 comentários: