segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Tristeza

A Tristeza

A tristeza permeia-me a vida, como em volta de uma ilha,
As águas turvas, tormentosas de um profundo oceano.
Por isso tenho andado assim, tresloucado, assim insano,
Como um pai, que ao pé da cova, chora o cadáver da filha.

A tristeza, bruma que entra pelas frestas, espessa, densa,
Inocula-se qual o veneno insidioso de uma vil serpente,
Até que o corpo, esse corpo meu, nada mais, nada sente,
E que o espírito, toldado, inebriado por ela, não mais pensa.

Tristeza! Suas gotas amargas já me corroeram a língua,
Já me carcomeram a alma. Que lhe resta, verme preto,
Além do chacoalhar medonho dos ossos do meu esqueleto?

A alma! Já a tens, essa alma que dia a dia vai a míngua,
Sendo, de si mesma, de sua substância, menos, menos,
A tristeza! Tu és o mais paciente e potente de todos os venenos!

Um comentário:

  1. Társis, quando vem a Campos?
    Já combinei com Marcus também, pra gente se reencontrar. Vai ser o máximo!
    Vem pra cá, reencontrar velhos amigos...
    beijo grande.
    E gostaria de ver uma poesia sua sobre felicidade. bjs no coração.

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