Os Verdadeiros Santos
Agora me aparecem fantasiados de santos, de santos!
Ser santo na paz ociosa da mansidão, da saciedade,
Ser santo andando do lado de cá do rio da sociedade,
É o que há! Basta fingir uma beatífica auréola, belo manto.
Santos assim, aos montes, aos borbotões, temos,
De santos assim o próprio satanás anda, ele, à cata!
Santo é aquele que, embora faminto, não mata,
E que divide o seu nada com quem tem ainda menos.
Santo de fato é quem faz uma oração só, sem fim,
Que tem doenças, mas não encontra a sua cura,
E que dorme sob papelões nas gretas da noite escura.
Ser santo não é dependurar ridículas asas de borzeguim,
Nem segurar bíblias somente e somente dizer amém,
São os miseráveis verdadeiros santos, talvez não aqui, mas no além!
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