domingo, 16 de outubro de 2011

Os Verdadeiros Santos

Os Verdadeiros Santos

Agora me aparecem fantasiados de santos, de santos!
Ser santo na paz ociosa da mansidão, da saciedade,
Ser santo andando do lado de cá do rio da sociedade,
É o que há! Basta fingir uma beatífica auréola, belo manto.

Santos assim, aos montes, aos borbotões, temos,
De santos assim o próprio satanás anda, ele, à cata!
Santo é aquele que, embora faminto, não mata,
E que divide o seu nada com quem tem ainda menos.

Santo de fato é quem faz uma oração só, sem fim,
Que tem doenças, mas não encontra a sua cura,
E que dorme sob papelões nas gretas da noite escura.

Ser santo não é dependurar ridículas asas de borzeguim,
Nem segurar bíblias somente e somente dizer amém,
São os miseráveis verdadeiros santos, talvez não aqui, mas no além!


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