segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fim do Mistério

Fim do Mistério

A morte retira o senso, retira dos planos a lógica,
Dos anos retira os dias, da vida, anos, futuro,
A mentira, por seu turno, é um indevassável muro,
Mãe de um discurso de prosopopéia demagógica.

Sendo a morte o que se deparará na final encruzilhada,
De que vale falar da vida, da evolução, ou de amores,
Se vem a morte ou a mentira a trazer-nos as mesmas dores,
A alma sempre trespassada pelo frio gume dessa espada.

Por isso que minhas cordas poucos se plangem,
Por amigos, por amores, pela vida, ou por laços,
Se mentira e morte a tudo reduzem a tristes bagaços.

Seja porque pessoas morrem, seja porque fingem,
Por isso que sôo triste, sôo melancólico, tão sério,
Sei que o que não é mentira é morte, fim do mistério.



Um comentário:

  1. Neste poema, muito bonito por sinal.
    Destacaria as seguintes frases, por ter me chamado bastante a atenção a relação da morte ou mentira, parecem muito próximas.


    "Se vem a morte ou a mentira a trazer-nos as mesmas dores,

    Seja porque pessoas morrem, seja porque fingem,"

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