terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O meu grito

O meu grito

Ai, pedes-me silêncio, mas como, como?
Se entre os braços o silêncio eu estreito,
E ele arrebenta os ossos do meu peito,
Em repetidos e intransigentes assomos!

O nosso silêncio em meus ouvidos grita,
E minha alma treme, treme e solavanca,
Como esmaga a espuma frágil e branca,
A onda que se agiganta e o mar agita.

Silencio um pouco. Fico no silêncio sozinho,
E ele me traga como um rodamoinho,
Sorve para dentro de si todos os destroços!

Por isso que não silencio mais, eu grito!
E com meu grito eu berro como estou aflito,
Até que se arrebentem meus próprios ossos!

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