segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Eu Sou o Filho do Sonho Morto

Eu Sou o Filho do Sonho Morto
Minhas pálpebras são velas que não mais se içam,
E minhas íris castanhas são encalhados navios,
Eis que meus olhos são dois oceanos vazios,
Pois que os mecanismos das lágrimas já enguiçam.

Minha alma é um enorme marítimo rodamoinho,
Em que morrem todos os meus sonhos afogados,
Meus sonetos, todos eles, são rasgados,
Em meus diálogos eu estou sempre sozinho.

Eu sou o náufrago que não chegou ao porto,
Afogado por sonhar por demais,
É meu aquele feio e decomposto corpo,

Encontrado no mais longínquo cais.
Eu sou o filho do sonho morto,
Do sonho que não se pode sonhar mais.

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