segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Amor, esse ilusionista

O Amor, esse ilusionista

Como uma planta que nasce nas rachaduras do muro,
Forçando delicadamente as pedras, assim, em dor,
Quis a custo renascer a maldição que chamam amor,
Entre as lápides petrificadas do meu peito escuro.

Saindo como um fugitivo a fugir da masmorra,
Como o condenado que quer sair de sua cela,
Desabrochou inutilmente uma flor preta e amarela,
E convidou-me a amar, novamente, ainda que morra,

Eu cada vez que ame. Já tive o coração de amor aflito,
Mas agora, como um espelho d'águas eu reflito,
A calmaria dos lagos andinos, que descansa as vistas.

Tive o coração aflito, e agora, serenamente breve,
É com esta pena leve que este poema a mão escreve,
Sabendo que o amor é um maldito ilusionista.

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